Iemanjá na umbanda

Iemanjá na Umbanda, tudo que você precisa saber!

História de Iemanjá

Ao erguer e voltar para si o seu abebé – instrumento em forma de espelho – qual imagem Iemanjá vê refletida? Quem acha que aparece ali a figura da mulher alva, cabelos longos e negros, vestida de azul claro, olhos azuis ou verdes e metade do corpo em forma de peixe, melhor mudar seu conceito. Quer dizer, essa imagem não é totalmente equivocada, mas também está longe de ser a única. 

Iemanjá é água. E água se molda a qualquer recipiente. Por isso, a divindade mais diversa do panteão dos orixás, tem a seu dispor uma infinidade de cultos e nomes diferentes para a mesma energia: Mãe D’Àgua, Dandalunda, Janaína, Inaé, Ísis, Marabô, Maria, Mucunã, Princesa de Aiocá, Princesa do Mar, Sereia do Mar, enfim, Rainha do Mar.

Iemanjá vai muito além dos oceanos. Tanto que sua própria saudação já desperta uma controvérsia: Odô Iyá, traduzido de Iorubá para Português significa Mãe do Rio.

Associada a rios e desembocaduras, mares e oceanos, à fertilidade feminina, à maternidade, ao processo de gênese do mundo e continuidade da vida, Iemanjá é ligada à fecundidade, por isso foi destinado a ela o Mistério da Geração. Muitas vezes representada com seios grandes. É regente da pesca, plantio e colheita de inhames. Celebrada como filha de Olokun, Senhor (Yorubá) ou Senhora (Ifé) dos Mares. “representa o poder progenitor feminino; é ela que nos faz nascer, divindade que é maternidade universal”. Grande Mãe, pariu Exu, Ogum, Oxóssi, Xangô e outros tantos orixás; criou Omolu, adotou Obaluaê e ama todos os seus filhos humanos. É mãe da vida, e como tal, dona de todas as cabeças, sabe o que se passa em todos os pensamentos e consciências.

Iemanjá  é um orixá feminino cultuada na umbanda e no candomblé que habita os rios, mares e oceanos, mãe das águas, protetora dos marinheiros, pescadores, enfim, nossa Grande Mãe. Juntamente com Oxum, forma a linha das águas, que realiza trabalhos de limpeza e purificação. É a rainha das águas salgadas, regente absoluta dos lares, protetora da família. Chamada também de Deusa das Pérolas, é aquela que apara a cabeça dos bebês no momento de nascimento. Representa a água que refresca e dá vida às terras, é água que acalma. Iemanjá é força da natureza que tem papel muito importante em nossas vidas, pois é ela que rege nossos lares, nossas casas. É ela que dá o sentido da família às pessoas que vivem debaixo de um mesmo teto. Ela é a geradora do sentimento de amor ao seu ente querido, dando sentido e personalidade ao grupo formado por pai, mãe e filhos, tornando-os coesos.

 

Data comemorativa

Em algumas linhas e culturas, o dia de Iemanjá é comemorado em 02/02. Pra outras, é celebrado 08/12, dia de Nossa Senhora da Conceição.

 

Sincretismo

  • Nossa Senhora da Conceição: São Paulo e Pernambuco;
  • Nossa Senhora da Glória: Rio de Janeiro
  • Nossa Senhora dos Navegantes: Bahia e Rio Grande do Sul
  • Nossa Senhora das Candeias
  • Virgem Maria
  • Kianda: divindade angolana das águas, protetora dos pescadores. Tradução português: Sereia

 

Nome de Iemanjá

Iemanjá deriva da contração em iorubá “Yèyé omo ejá” (mãe cujos filhos são peixes – mãe dos filhos-peixe) ou Yemojá (Yemodjá), em referência a um rio homônimo cultuado na Nigéria.

 

Cor associada à Iemanjá

Azul claro, branco e prata, representando os mistérios do fundo do mar e sua vaidade.

 

Frutas associadas á Iemanjá

Mamão, graviola, uvas brancas, melancia, melão, maçã verde, pêra, coco verde, coco seco.

 

Comidas para Iemanjá

Manjar branco, acaçá, peixe de água salgada, bolo de arroz.

 

Folhas de Iemanjá

Alfavaca, macaçá, capeba, lágrimas de Nossa Senhora, Jasmim, alfazema, lavanda, etc.

 

Saudação à Iemanjá

Odoyá e Odociaba

 

Oferendas para Iemanjá

Perfumes, flores, pentes, sabonetes, jóias, espelhos. Varia de lugar pra lugar.

 

Características dos filhos de Iemanjá

Seus filhos são muito sábios, capazes de dizer verdades que nem todos gostam ou estão prontos para ouvir. Protetores, sempre dispostos a ajudar e cuidar dos problemas dos outros como se fossem seus. Possuem um grande instinto maternal. Zelam pela família, equilíbrio e união no lar. Tem grandes dificuldades em guardar segredo, mas são ótimos psicólogos. São capazes de perdoar uma ofensa, mas não a esquecem. Filhos de Iemanjá são calmos como a maresia, mas que não haja vento forte pra agitar a maré! São sensitivos, amorosos, calmos e rigorosos! Fortes e instáveis!

 

Formas de culto à Iemanjá

Cuba: cultuam Yemayá, dia 7 de setembro, rainha do mar negra que assume o nome cristão de La Virgen de Regla, santa padroeira dos portos. Na santería, mãe de todos os seres vivos, dos oceanos e mares.

Uruguai: em Montevidéu, cerca de 100.000 pessoas se reúnem na praia de Ramirez pra lançar barcos com oferendas aos oceanos.

Salvador: fiéis se reúnem vestidos de branco e saem em procissão

Rio de Janeiro: Banho de Pipoca

 

Quando recorrer a Iemanjá

Quando se sentir triste, precisando de um colo de mãe, desamparado, sem energias e desiludido. Problemas no lar. Quando precisar se reequilibrar, nada como um banho de mar!

 

7 ondas

Algumas pessoas acreditam que pular as 7 ondas no ano novo traga sorte e as bençãos de Iemanjá para o novo ciclo. Outras acreditam ser uma saudação a 7 dos seus filhos, pedindo sua proteção.

 

Como se portar na praia

Assim como nos cumprimentamos quando nos vemos, é importante que saudemos Iemanjá ao chegar em sua morada, seu domínio: o mar. Antes de qualquer coisa, de curtir a praia, estourar a primeira lata ou pedir algo pra comer, é importante ir até o mar e pedir a licença de Iemanjá para se banhar em suas águas, além de pedir pra que levem pro fundo do mar todos os problemas, pensamentos negativos e energias que possam estar lhe acompanhando ou rondando seus pensamentos. Se banhe em suas águas, se entregue ao balançar das ondas, volte a ser criança por um tempo. Ao sair do mar, lembre-se de sair virado de frente pra ele, em sinal de respeito ao sagrado, assim como fazemos quando saímos de dentro da gira, de frente pro congá.

 

Banho de mar

Quem já tomou um banho de mar sabe de sua importância, principalmente quando se mais precisa. Estar no colo de Iemanjá em sua morada é extremamente confortante e acalentador. Isso é porque as águas do mar já possuem um dos elementos mais importantes na limpeza espiritual: água com sal.

 

Itan de Iemanjá

Foi casada primeiro com Orunmilá e depois com Oduduwá, com quem teve 10 filhos orixás. Diz a lenda que seus seios se tornaram maiores e mais fartos devido a amamentação de todos os seus filhos, característica que gerou à ela grande vergonha. Cansada de seu casamento, Iemanjá decidiu deixar seu esposo e seguir em busca de sua própria felicidade.

Após algum tempo, ela se apaixonou pelo rei Okerê, com quem viveu uma história nada feliz. Contos revelam que, em um certo dia, após beber demais, Okerê se referiu aos seios de Iemanjá de maneira grosseira, o que fez com que ela fugisse decepcionada.

Para escapar da perseguição de Okerê, Iemanjá fez uso da poção dada por seu pai. Assim a Rainha do Mar se transformou em um rio que encontra o mar.

Para recuperar sua esposa, Okerê decidiu interferir no curso do rio, ao se transformar em uma montanha. Mas com a ajuda de seu filho Xangô (que abriu passagem no meio dos vales criados por Okerê), Iemanjá conseguiu seguir seu caminho, tornando-se então a Rainha do Mar.

 

Quem tem Iemanjá como mãe, tem um mar de proteção!

 

Colaboradores: Leonardo Sayago, Odair Veiga, Aline Bimont, Anderson Seiva

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