Olá Irmãos. Motumbá.
Vamos falar de fé?
Falar de fé é como falar de nós mesmos, das nossas lutas, conquistas e até derrotas. Cada de um de nós, em algum momento, se perguntou:
– Mas, afinal, o que é a Fé?
Não pretendo responder esta pergunta, mas sim oferecer informações e talvez até direcionamentos para auxiliar aqueles que buscam entender esse sentimento tão caro e, às vezes, avassalador em nossas vidas.
Para começar sugiro que leiam a nota de rodapé com a definição de fé extraída do dicionário Aurélio.
Pois é, leram?
Para os que não leram vou me ater somente a questão religiosa da palavra:
“ No contexto religioso, a fé é uma virtude daqueles que aceitam como verdade absoluta os princípios difundidos por sua religião”.
Assim sendo, um dos primeiros questionamentos que pode vir a nossa mente é:
– Qual o tamanho da nossa fé?
Se pensarmos que nosso sentimento de vitória deve ser mais forte que a zombaria e sofismas dos incrédulos e, com isso, possamos desafiar o rídiculo dos homens, então aí talvez tenhamos uma medida da nossa verdadeira fé.
Outro ponto muito polêmico – é se podemos questionar a fé dos outros.
Antes de mais nada entenda que esse questionamento não se refere à religião dos outros, mas à sua fé. Portanto, digo que sim.
Sim, podemos questionar a fé de outros uma vez que a fé verdadeira é sempre calma. Confere a paciência que sabe esperar porque estando apoiada na inteligência e na compreensão das coisas, tem a certeza de chegar ao fim. A fé insegura sente a sua própria fraqueza, e quando estimulada pelo interesse torna-se furiosa e acredita poder suprir a força com a violência. A calma na luta é sempre um sinal de força e de confiança, enquanto a violência, pelo contrário, é prova de fraqueza e de falta de confiança em si mesmo.
A fé é um aprendizado, além da simples crença; cada um em seu momento de evolução.
Neste momento devemos olhar para nosso passado remoto e lembrar que no principio o homem observava o sol como fonte única de poder e que, em algum momento, questionou essa força, agiu por conta própria, questionou novamente e depois passou a crer que havia algo maior, mais forte e mais poderoso.
O ser humano sempre esteve em conflito com a fé e a razão.
No período medieval, esse confronto era dado entre cristãos e moralistas gregos e romanos, em que cada grupo tentava impor seu ponto de vista. Os primeiros defendiam que o homem seria semelhante a Deus e, portanto, devia ser obediente e seguir o testamento, que servia de aliança com um ser superior capaz de mostrar a verdade. Por outro lado, o segundo grupo afirmava que o cosmos, ou seja, o mundo natural era a fonte da harmonia, da ordem e da lei e que homem não se reconhece sem a organização mundana da qual faz parte.
Muitos também já se perguntaram se a fé é humana ou divina. A fé Humana e é Divina.
Humana quando há triunfo, quando aquele que trabalha arduamente em seu empreendimento, acredita no resultado e vence, esse é o poder da fé. Eu creio em mim e terei resultado com meu esforço.
Divina porque é inata. A fé está em nós, é um fagulha que incendeia quando estamos em desespero, quando o momento de dificuldade é imenso e quase não temos esperança, então nos valemos dessa certeza inata e seguimos em frente. É o poder da fé, a fé que move montanhas (de dificuldades).
A fé não pode ser cega, necessita esclarecimento, conhecimento e ensinamento. Quando é cega é fanatismo o que te leva a acreditar somente em uma verdade, somente na sua verdade, não há espaço para o aprendizado, para a conversa saudável e equilibrada com o pensamento do outro, isso é presunção que é diferente da fé que é paciente, equilibrada e sóbria.
Quando temos esperança, estamos praticando a fé, quando estamos trabalhando na caridade estamos praticando a fé.
A esperança e a caridade são filhas da fé.
A UMBANDA E A FÉ
Nós sabemos que a umbanda é uma só corrente composta por 7 linhas. Sabemos que a Umbanda é caridade, que é baseada na orientação dos orixás e guiada pela sabedoria de nossos guias, trabalhadores incansáveis que vem para auxiliar e amenizar nossas angustias.
Assim, podemos demonstrar como cada linha tem a sua importância na fé da Umbanda.
- A linha Religiosa (Oxalá) AFIRMA a fé
- A linha de Demanda (Ogum) INCENTIVA a fé
- A linha das Matas (Oxóssi) AJUSTA a fé ( a magia da Fé)
- A linha da Justiça (Xangô) JUSTIFICA a fé
- A linhas dos Ventos (Iansã) RENOVA a fé
- A linha das Águas (Iemanjá) CARREGA a fé
- A linha das Almas (Omulu) PROTEGE a fé
Para concluir devemos lembrar que a fé não é só desejo ou esperança. A fé espera de nós comportamento adequado. Sim, somos humanos e estamos em desenvolvimento, em aprendizado neste mundo conturbado, temos medo raiva e até desejos impróprios.
Nesse sentido devemos lembrar que há pensamentos e palavras podem bloquear nossa fé. Palavras que não devem ser ditas, nunca, em momento algum, em nenhum contexto.
Desgraça (nunca usar para nada)
- Ferrado (Equivale a dizer que você está a ferros);
- Não sei;
- Tenho medo;
- Estou tentando;
- Estou desmotivado;
- Não acredito;
- Desespero;
- O que será de mim?
ENERGIA = SINTONIA = FORÇA DO PENSAMENTO = FORÇA DA PALAVRA
Ki Olorun bukun fun gbogbo yin – Que Deus Abenções a todos.
Obrigado por sua atenção!
Autor: Roni de Omulu
Para começar sugiro que click aqui para ler a definição de fé extraída do dicionário Aurélio.
FRASES SOBRE FÉ – Para reflexão acesse aqui: Frases sobre fé
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